sexta-feira, 9 de maio de 2014

Aryane Silva - Autora amiga do Twitter

Olá pessoal, tudo bem?
Bem, a umas semanas atrás decidi voltar a usar o twitter e estou conhecendo muitas pessoas legais, visitando páginas interessantes, trocando experiências (...) 
Conheci  a Aryane Silva (@amor_em_letras). Ela é uma escritora incrível, tem um blog muito rico de belas palavras e pensamentos verdadeiros. Pedi permissão a ela pra postar aqui no meu espaço um texto que amei.
Tornei-me fã, já até olhei a nova postagem!


Quando é a hora de dar thau?
(Aryane silva)

Dentre todas as minhas habilidades e malemolências, tem uma que faço rente à perfeição: ir embora.  Minhas malas estão sempre a postos, as roupas dobradas e as fotos e cartas guardadas em lugares específicos para não serem esquecidas. Saio na ponta dos pés e só encosto a porta. Sem estardalhaço ou desfechos apoteóticos, dignos de cinema. Chego sem ser notada e desapareço da mesma forma.
Foi assim, a vida inteira. Quando um coleguinha de turma era malvado comigo, com chacotas e apelidos desagradáveis, eu me afastava dele na hora do recreio. Sentava na outra ponta do banco. A professora tentava me reaproximar do grupo, perguntava o que estava acontecendo, mas eu nunca respondia. Sabia que minhas decepções deviam ser preservadas, eram de minha responsabilidade.
Lá pelos catorze anos, ao abrir os olhos para a vida e me ver cercada de colegas e paqueras de escola, quando não era bem-vinda em um grupo por falar pouco e detestar moda, saía de fininho. Sempre ficava no pátio, num canto qualquer. Ou, quando eu tinha sorte, andava com os “cdf” da minha turma. Tentei me aventurar nos grupos de dança, mas eu era muito morna para eles. Jogava a toalha e me despedia.
A idade veio, os amores também. Deixei de ser boba e aprendi muito com eles. Não os vi como  possíveis metades minhas, ou alguéns aptos para me completarem e isso sempre foi o maior dos meus problemas. Me estressava, batia a porta e ia embora, sem um pingo de remorso. Me magoava? Chorava, mas com o tempo entendi que precisava dar prazo de validade para minhas tristezas. Horas depois, estava tudo superado e eu, pronta para a vida.
Com trabalhos, foi a mesma coisa. No início é tudo lindo, o chefe me ama, os colegas me recebem com flores se bobear, mas quando percebem que eu sou do balaio dos quietos e minha vibe é da autopreservação, me convidam a me retirar. Aliás, nem se dão ao trabalho, eu mesmo caio fora.
A vida me ensinou a não ficar onde não sou querida e meu caráter não se ajusta. Minha bagagem é pesada, confesso, mas já estou acostumada a carrega-la de um lado para o outro. Não sei ser pouquinho. Não me apetece ser quando dá, ou eu sou ou não sou. Meus números de sorte são o oito e o oitenta. E quando eu percebo que minha margem de erro é negativa e que eu não posso ir mais, olho para mim e faço o caminho de volta. Ninguém é obrigado a me querer, a me amar, a adorar minha companhia, a ter apreço por mim. Na verdade, ninguém é obrigado a nada. Nem o outro, nem eu.
Ir embora é uma arte e só sabe fazer quem aprendeu a se superar em tempo.
Eu não preciso conferir relógios para perceber quando deu minha hora.
Meus minutos terminam quando seus olhos não me veem mais.

Curtiram?
Eu simplesmente adorei 
e sempre que ela permitir
irei postar um trecho aqui.
Até mais pessoal!!

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